Meu assunto principal: Você.

É o que está em evidência em minha vida. Evidente isso? Óbvio, claro, com certeza. Se deixar, só falo de você. Do seu sorriso (que eu adoro). Aliás, nunca te contei, mas foi o que me fisgou. "Olha o sorriso desse cara". Vontade louca que me deu agora, de te dar uns beijinhos misturados com sorrisos. Que delícia. Enfim. O jeito que arruma seu cabelo com as pontas dos dedos e ao mesmo tempo faz um biquinho. Lindo e engraçado. (Risos).  "Tô bonito?", "Meu cabelo tá uma droga.", "Preciso cortar.", "Olha isso!!!". Puro charme. Você é bonito até quando acorda com a cara amassagada e o cabelo bagunçado. De uma elegância estupenda. Adoro cada detalhe seu. A manchinha que tem no ombro esquerdo. A das costas em formato de M (s.f.: Meu). Seus pelos. Passaria a eternidade deitada em seu peito, os acariciando. É tão perfeito o nosso encaixe. Feito sob medida. Gosto até quando você se solta demais e acaba fazendo uma de suas danças, ou criando um personagem. 'Dança do peixe fora d'água', 'O chorão risonho', 'O velho'. No final sempre termina eu te olhando com "cara de assustada" e você dando aquela risada engasgada única. Melhor ainda é quando planejamos um zilhão de coisas e não fazemos nada, porque gastamos 70% do nosso tempo nos amando. E como é gostoso te amar. É a coisa mais gostosa que eu já fiz na vida. Se eu pudesse, dedicaria 100% do meu tempo a isso. Faria um curso profissionalizante, faculdade, pós-graduação, mestrado, doutorado, trabalharia na área, e no tempo livre faria isso também. Te amar. Eu amo te amar, e amo ser amada por você. Você me faz sentir aquele friozinho na barriga. Aquele medo. Que ao mesmo tempo que é ruim sentir, é algo maravilhoso. É apenas medo de te perder. E é claro que eu morro de medo disso. Não quero te perder. Não quero. Quero que você seja sempre meu assunto principal. A manchete da minha vida. 

"O teu corpo em movimento, os teus lábios em flagrante, o teu riso, o teu silêncio, serão meus, ainda e sempre." Chico Buarque

Texto de Fauzi Arap

Eu vou te contar que você não me conhece, e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza a você, ao fim de tudo você permanece comigo mas preso ao que eu criei, e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão, e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou, e a mentira da aparência do que você é, porque eu, eu não sou o meu nome, e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação, através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa.
Eu quero que você me veja nu, eu me dispo da noticia, e a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato,
Tu me relatas,
Eu nos acuso e confesso por nós.
Assim me livro das palavras com as quais você me veste.

Mais uma noite trancada em meu quarto. Três horas da manhã. No tédio constante, desço a barra do feed de notícias do facebook, prestando e não prestando atenção no que vejo. Então, me deparo com uma foto do Renato Russo, com a seguinte frase: "A vida não é um filme, você não entendeu". Resolvo pesquisar esse trecho no google. Caramba, nunca havia escutado essa música do Legião! Me decepciono ao ver que é do Paralamas. Nem curto tanto. Tenho um puta respeito, claro. Vou ver qual é da música. Aleatório do site acionado sem eu perceber. A música termina e, sem esperar, começa 'Aonde quer que eu vá'. Puta que pariu! Desculpa o palavrão. Mas sabe o que imaginei na hora? Eu e você trancados em um quarto de hotel. Cantando com o tom mais alto possível. Nus. Você fumando um cigarro e eu achando graça da situação. "Canta mais baixo", eu digo, e meu riso escapa. E você nem aí. 

Por aí

Se você me encontrar assim, meio distante, torcendo cacho, olhando o chão... É que eu tô pensando num lugar melhor, ou eu tô amando e isso é bem pior, é!  

Se você me encontrar rodando pela casa, fumando filtro, roendo a mão... É que eu não tô sonhando, eu tenho um plano que eu não sei achar, ou eu tô ligado, e o papel, e o papel e o papel pra acabar.  

Se você me encontrar num bar, desatinado, falando alto coisas cruéis... É que eu tô querendo um cantinho ali ou então descolando alguém pra ir dormir.  

 Mas se eu tiver nos olhos uma luz bonita fica comigo e me faz feliz... É que eu tô sozinho há tanto tempo que eu me esqueci o que é verdade e o que é mentira em volta de mim.

O poeta vive! Cazuza.

Medo? Você acha que eu não tenho? Você consegue imaginar quantas noites passo acordada perdida em meus pensamentos? Um deles é você. Um deles é tentando te desvendar. Tentando achar uma forma, um caminho. Tentando entender o que se passa dentro de você. Tentando imaginar o que você sente. O que você quer. Tentando te negar e te querendo pra mim. Você não repara como fico perdida nas palavras? Como você me intimida? Ah, se eu conseguisse falar... Expressar o que se passa em minha mente confusa.
Quero me perder no teu desconhecido, me afogar no seu cheiro, me achar em tua boca e te olhar no borrado dos meus olhos sem graus ao acordar.

Não quero você.

não quero você. não quero nada. não quero trabalho. não quero diploma. não quero você. não quero dinheiro. não quero finuras. não quero querer. não quero você. não quero acordar cedo. não quero sair de casa logo de manhã. não quero fazer nada. não quero sentir o que sinto por não querer fazer nada. não quero mais nada. não quero você. não quero mais ninguém. não quero ter que querer alguém. não quero nada. não quero ter que começar tudo de novo. não quero continuar. não quero você e eu espero que, de tanto repetir “não quero você”, eu simplesmente acorde um dia sem mais querer você. não quero você. 

J.Castro